O deputado federal pelo PT do Rio
grande do Sul, Paulo Pimenta assumiu a Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República.
Pimenta, na foto, entre o
Presidente Luís Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, prometeu
abrir espaço para todas as mídias, entre elas os jornais comunitários, tanto os
impressos quanto os online.
“Não haverá muros nem cercadinhos. Será um
governo de inclusão e pleno acesso às informações e combate permanente às fake
News”, comprometeu-se Paulo Pimenta.
Veja a íntegra do seu discurso:
“Quero dizer a todos vocês,
queridos companheiros e companheiras, meus amigos e minhas amigas, que eu
agradeço muito ao presidente Lula por ter confiado a mim a tarefa de comandar a
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a Secom.
É uma responsabilidade imensa
resgatar a comunicação como instrumento da democracia em nosso país.
Vamos trazer novamente a função
social da comunicação para o centro de cada ação de nosso Ministério. Isso quer
dizer que saberemos falar, mas, acima de tudo, saberemos ouvir cada brasileiro
e cada brasileira respeitando a todos. Hoje existem diversas formas de
comunicar. Para assegurar uma comunicação diversa, plural, democrática é
preciso considerar diferentes linguagens para cada plataforma, rádios
comunitárias, jornais, televisão, redes sociais e plataformas digitais e
inúmeras outras formas de comunicação num país plural e diverso, como é o
Brasil.
Seremos inclusivos, nunca excludentes.
Ouviremos muito para falar cada
vez melhor com cada público. A comunicação será agregadora, isto é um direito
imprescindível do povo brasileiro. Uma questão fundamental, uma questão
importante, é o tema da acessibilidade. Nosso governo assumiu o compromisso de
avançar na política de inclusão e vamos trabalhar para garantir o pleno acesso
e a participação de todos e todas, assegurando o direito à informação e à
comunicação.
Repito: faremos de cada ato nosso
a reconstrução do conceito básico de comunicação, onde alguém fala, mas alguém
escuta. Nos últimos anos, ergueram-se muros, barreiras, cercadinhos na relação
do governo com o povo. Poucos falaram muito, nem sempre com qualidade naquilo
que diziam. Se negaram a ouvir a ciência, as instituições, os diferentes
sociais e a população mais vulnerável. Esse tempo acabou! Vamos ouvir o povo
brasileiro, com toda atenção e dignidade que ele merece.
No governo do Presidente Lula não
haverá muros nem cercadinhos. Não haverá ofensas ou ameaças. Os jornalistas
terão toda liberdade para exercer sua atividade. Haverá fatos, argumentos.
Faremos isso com responsabilidade e respeito a todos e todas envolvidos no
processo de informação do país. A comunicação governamental precisa voltar a
ser uma via de acesso seguro, confiável e com credibilidade para que o Brasil
percorra uma estrada tranquila rumo ao país que queremos construir.
Em qualquer democracia, o
trabalho da imprensa é imprescindível. Mas, para que ela possa desempenhar bem
seu papel, é necessário que existam pontes sólidas, principalmente aquelas que
ligam os profissionais do jornalismo ao Governo Federal e ao Poder Público em geral.
A comunicação do governo precisa
recuperar a capacidade, a credibilidade para ser um difusor de informações
relevantes, com parâmetros que possam separar o joio do trigo. Nos últimos
anos, assistimos de forma deliberada uma confusão nessas ações. A falta de
credibilidade de autoridades, que se distanciaram da verdade e dos fatos,
alimentou uma verdadeira indústria que atrapalhou coisas essenciais, como a
política governamental do combate ao vírus do Covid-19. A desinformação mata e
não queremos nunca mais passar por esse tormento.
Faremos um trabalho permanente de
combate às fake News e à desinformação. A boa informação é vital para nossa
sociedade.
E aqui, senhoras e senhores, eu
quero fazer um parêntese. Nós vivemos um momento muito importante na vida
nacional. Esta certamente foi a eleição mais importante das nossas vidas. Nós
lembraremos desse marco histórico e do significado dele para a democracia. E
esse desafio, essa responsabilidade não nos dá o direito de errar. E, portanto,
nós temos uma responsabilidade enorme de carregar a esperança do povo
brasileiro, que confia no presidente Lula, que confia no nosso governo e
recuperou a esperança e a capacidade de sonhar, quando acreditou e nos deu a
oportunidade de voltarmos a governar. E, portanto, queridos companheiros e
companheiras, senhoras e senhores, nós não temos a chance e a oportunidade de
errar. E temos que, todos e todas, dedicarmos aquilo que temos de melhor para
que o nosso governo possa dar certo. Oferecer ao nosso povo o direito elementar
de viver com dignidade, combater a fome, ter políticas inclusivas, oferecer
oportunidades àqueles que não têm oportunidades, recuperar o protagonismo
internacional, o respeito e devolver ao povo brasileiro o orgulho de ser
brasileiro.
Combater as Fakes News não é uma
tarefa fácil e não é uma tarefa simples. Esse não é um debate que só o Brasil
está fazendo. Esse é um debate que hoje o mundo inteiro se debruça.
Recentemente, o ex-presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, fez um longo
discurso, onde ele dizia que se tem um tema que ele gostaria de ter tratado de
outra forma, durante o período que governou, foi o tema das Fakes News, o tema
do que representa hoje as mudanças tecnológicas e a forma como isso corrói a
democracia.
A comunidade europeia
recentemente concluiu um amplo debate sobre isso. E nós temos que fazer com
responsabilidade, com cuidado, essa discussão no Brasil.
O Brasil é um país que terá
protagonismo no cenário internacional e poderá cumprir um papel importante
nesse debate pela própria força política e importância que o nosso presidente
tem.
Para dar um exemplo de como esse
tema é complexo, eu gosto de uma história que é considerada por muitos autores,
por muitos intelectuais, muitos estudiosos, talvez o fato que marca esse debate
sobre a realidade paralela, sobre as Fake News, sobre a desinformação e a forma
como ela constrói narrativas na sociedade.
Na década de 1950, nos Estados
Unidos, havia uma verdadeira febre de discussões sobre disco voadores, sobre
vidas em outros planetas. Naquele período foram publicados vários livros e
filmes e surgiu uma seita que afirmava que um grande dilúvio iria acabar com a
humanidade e somente aquelas pessoas que se associassem àquela seita e que
estivessem num determinado local, num dia marcado, seriam salvas pela
humanidade.
Isso provocou uma enorme
movimentação. Pessoas venderam as propriedades, abandonaram empregos, largaram
tudo que tinham e foram para esse local. Muitos estudiosos, psicólogos,
intelectuais, começaram a acompanhar aquela movimentação e pensavam “como é que isso aqui
vai acabar?”. “Esse discurso, dessa seita, vai se deparar
com a realidade e as pessoas vão perceber que foram enganadas.”
E uma grande quantidade de
pessoas estavam lá, na noite marcada para o fim do mundo. E o mundo não acabou.
E as pessoas, na noite, entraram
numa verdadeira confusão cognitiva. Eis que a líder da seita, na manhã
seguinte, chegou para todos e todas e disse: “Gente, eu recebi um outro
comunicado. Graças ao que vocês fizeram, graças à fé, graças ao desprendimento
de vocês, nós salvamos o mundo. E a partir de agora nós não seremos mais
conhecidos como aqueles que falavam sobre o fim do mundo, mas nós somos aqueles
que salvaram a humanidade.”
Esse movimento existe até hoje e
se consideram aqueles que salvaram o mundo. Portanto, uma narrativa sobre uma
mentira, que conseguiu não só dar um sentindo para aquela mentira como
multiplicou a capacidade de manipulação.
Portanto, combater a mentira, as
Fakes News, essa realidade paralela, não é uma tarefa simples na sociedade
moderna e da forma como ela se realiza. Por isso, senhoras e senhores, esse
tema tem que ser central.
Durante o nosso governo, o
Palácio do Planalto e os ministérios da Esplanada serão transparentes e
eficientes.
Dentro do Governo Federal, a
comunicação está baseada em um tripé: prestação de serviços, comunicação
institucional e área publicitária. É preciso traçar uma fronteira que separe as
questões ideológicas de temas que devem ser norteados por decisões técnicas ou
científicas, de modo que cada uma dessas vertentes seja eficiente em seus
propósitos.
A partir de hoje a prestação de
serviços e as informações de utilidade pública não serão mais contaminadas com
posicionamentos ideológicos para as tomadas de decisões sobre aquilo que deve
ou não ser veiculado.
Não é possível que o governo, por
exemplo, no Ministério da Saúde não tenha feito as campanhas de prevenção do
HIV e da AIDS porque havia uma posição dentro do governo que não queria que
temas como esse fizessem parte da agenda do governo e por conta disso as
campanhas informativas foram suspensas.
Não é possível que o governo
tenha suspendido as campanhas de vacinação obrigatórias por conta das relações
políticas que estabeleceu a um outro setor. E eu assisti, na semana passada, a
imprensa mostrando doenças como sarampo e a poliomielite, o Brasil que era uma
grande referência internacional nas suas campanhas de vacinação através do SUS,
voltou a ter incidência grave dessas doenças por conta da irresponsabilidade do
governo que contaminava a agenda institucional, da prestação de serviços com
uma visão ideológica, autoritária e obtusa de quem estava no comando da
administração do país.
Portanto, a partir de hoje nós
não permitiremos mais a contaminação dessa agenda e a prestação de serviços e a
comunicação institucional serão vertebradas e construídas a partir da ciência,
da pluralidade e do respeito daquilo que é importante para a população.
Da mesma forma, nos temas a Empresa
Brasil de Comunicação, a EBC. Vamos trabalhar para que a NBR e a TV Brasil
voltem a ter papéis específicos. A NBR voltará a ter sua função de TV
governamental e terá como objetivo comunicar as ações do governo, enquanto a TV
Brasil seguirá como uma TV pública, prezando sempre pela qualidade de seus
produtos e das informações levadas ao nosso país.
Quero aqui abrir um parêntese
sobre a EBC. A partir de amanhã eu quero me dedicar a fazer um amplo debate
sobre o tema da EBC. Vou dialogar com servidores, servidoras, com todos os
setores da sociedade que tem feito essa discussão e nós queremos oferecer para
o país uma proposta para nossa EBC que, além da TV pública e da NBR,
cumpre um papel muito importante, como a Rádio Nacional da Amazônia, que é a
única emissora que transmite ondas curtas para sete estados. Muitos brasileiros
e brasileiras do chamado “Brasil profundo”, ribeirinhos, pessoas que vivem lá
no fundão da Amazônia, tem na TV Nacional, a única fonte de informação. A Rádio
Nacional do Alto Solimões e outras emissoras que tem o papel fundamental e
importante que nós precisamos resgatar e valorizar
O caminho para uma imprensa livre
e democrática passa pelo acesso dos jornalistas às fontes. É preciso assegurar
que eles possam levantar suas questões aos representantes do Governo Federal
sem que sejam tomados pelo receio de serem atacados ou humilhados, simplesmente
por cumprirem suas funções.
Eu tenho conversado muitos nos
últimos dias com os profissionais de imprensa que cobrem o Palácio do Planalto
e a Esplanada. Muitos são jovens profissionais da imprensa, que nunca
trabalharam com os nossos governos e que hoje são tratados, muitas vezes, de
forma desrespeitosa. Sequer um e-mail, encaminhado para o governo recebe uma
resposta. Muitas vezes acuados ou constrangidos de fazer uma pergunta numa
coletiva ou numa rara oportunidade de contato com alguém do governo. E esses
profissionais serão tratados com respeito. Nós não vamos manter essa lógica de
sonegação das informações, aonde tudo virou sigilo e informações elementares
sobre o dia a dia do governo e do país são sonegadas à população e nós vamos
governar com transparência e garantir aos profissionais de imprensa a liberdade
absoluta para desempenhar a sua atividade e seu trabalho.
Na Secom, trabalharemos pautados
pelo respeito e com o compromisso de facilitar o acesso aos porta-vozes do
governo e às informações, de modo a implantar agilidade e clareza em todo o
processo. O nosso compromisso é nunca atentar contra a liberdade de imprensa. O
compromisso da imprensa é nunca atentar contra os fatos. E desta maneira,
teremos um convívio salutar e respeitoso.
Mas o desafio não se encerra na
reconstrução das pontes com a imprensa. A internet e a evolução dos smartphones
revolucionaram o mundo e mudaram de forma radical a maneira como nos
comunicamos em todo o planeta.
O crescimento de plataformas e
serviços digitais permitiu que mais vozes circulassem e que se ampliasse a
participação da sociedade na conversa pública. Ao mesmo tempo, a larga disseminação
de desinformação e discurso de ódio no ambiente digital afeta direitos
individuais e coletivos, e impacta negativamente a democracia. Precisamos
inserir o Brasil no esforço global de busca de soluções para esses problemas.
É fundamental que essas soluções
deem conta de equilibrar direitos como liberdade de expressão, privacidade e
proteção de dados, ao mesmo tempo que sejam efetivas para garantir que a
sociedade esteja bem-informada, com pluralismo e diversidade. Soluções adequadas
só virão se promovermos um amplo debate, garantir um processo de diálogo com
todos os setores e um diagnóstico preciso sobre os problemas.
Entendemos que é papel do Estado
contribuir para o fortalecimento do jornalismo profissional, atividade fundamental
para a sustentação da democracia, e vamos trabalhar nessa direção. Vamos
trabalhar também para proteger as vítimas de violação de direitos no ambiente
digital, em especial crianças e adolescentes, mulheres, pessoas negras,
LGBITQIA+ e defensores de direitos humanos, e promover medidas de educação
midiática. Toda essa agenda deverá ser tocada pela Secom em parceria com vários
ministérios, como Justiça, Direitos Humanos, Educação e Cultura.
Há, ainda, um terceiro desafio:
recuperar a imagem do país junto à comunidade internacional. É preciso que
nossos representantes voltem a conversar com a imprensa estrangeira para fazer
com que o Brasil retome o respeito e o protagonismo internacional. Este
trabalho, o presidente Lula já desempenhou com maestria. E hoje a Secom será um
braço importante nessa tarefa.
É fundamental que a informação do
que fazemos aqui chegue aos outros países. Só assim o mundo perceberá que o
Brasil voltou a ser aquela nação aberta ao diálogo e pronta para juntar-se às
grandes discussões globais como um parceiro disposto a trabalhar por um planeta
mais justo, mais seguro e mais verde.
O Brasil deixará de ser sinônimo
de desmatamento ou de uma nação marcada pelos retrocessos sociais e pelo
obscurantismo. Essas são mensagens que nos prejudicam em qualquer lugar do
planeta.
Mais do que tudo, a comunicação
governamental nesta gestão terá o papel de unir os brasileiros e brasileiras.
Reconstruir o sentido de nação.
Nosso país tem desafios
gigantescos pela frente e é preciso retomar a mensagem de que a única forma de
superá-los é fazermos isso juntos! União e Reconstrução: este é o grande
desafio colocado para o nosso país. O Presidente Lula já disse que só há um
Brasil. E é por ele que todos e todas devem trabalhar!
A mensagem que queremos passar
não é de confronto ou de ressentimentos. É preciso ter como bandeira a defesa
da democracia para a construção de um país mais justo e soberano.
Desde já, quero fazer um
agradecimento especial às pessoas que vão compor comigo a equipe da Secom, que
terão uma enorme responsabilidade nesse desafio. Tenha certeza que vamos formar
uma grande equipe e ao final desse processo vamos ter a possibilidade de olhar
com orgulho tudo aquilo que vamos fazer em defesa da democracia, em defesa do
nosso projeto, em defesa do nosso país.
Quero agradecer mais uma vez a
minha família, meus amigos e a todos vocês que estão aqui. Esta é, sem dúvida
alguma, uma expressão de um projeto coletivo e faremos tudo aquilo que estiver
ao nosso alcance para que a partir de hoje possamos estar à altura da
responsabilidade que nos foi confiada pelo presidente Lula e pelo povo
brasileiro.
Que nosso ano novo seja marcado
por paz, saúde, prosperidade e trabalho.
União e Reconstrução!
Muito obrigado a todos e a todas".
Fonte: Secom | Presidência da
República / Dayane Batisaco |FSB
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