Esta é uma cena comum no centro de Taguatinga.
Ao lado da Administração Regional, já faz vários anos e em
todos os governos recentes, mendigos, desocupados e dependentes de drogas transformaram
as calçadas do centro da cidade em suas residências.
Sem nenhum tipo de repressão, controle, fiscalização ou assistência
social por parte do Estado, esses moradores de rua usam as calçadas dos prédios
como abrigo, que ficam infestadas com colchões e lençóis sujos e com mau
cheiro.
Sem a presença da policia, os sem-teto agridem aos
transeuntes que não dão esmolas, cometem pequenos furtos em lojas, brigam entre
si com palavrões e atirando pedras uns nos outros, que sempre atingem os carros
e, em alguns casos, até as pessoas que dão o azar de estar passando próximo nestes
momentos.
O cheiro de urina, fezes e roupa suja é insuportável.
Esses desabrigados, que não tem hábitos de higiene comuns como
banho diário, também fazem as suas necessidades fisiológicas sem o menor pudor,
a céu aberto e até mesmo a luz do dia.
Toda essa sujeira sobra para os funcionários dos condomínios da
área, do comércio local e para os comerciantes que, antes de começar a rotina
diária, tem que limpar as entradas dos prédios e as portas das suas lojas todos
os dias para retirar as fezes e urina e tentar melhorar o acesso a moradores e
clientes.
A situação
envergonha e constrange aos taguatinguenses.
Tudo isso acontece a menos de 100 metros da sede da
Administração Regional e da principal e única estação do Metrô em Taguatinga –
Praça do Relógio – porta de entrada da cidade para quem usa esse tipo de
condução.
Alunos de uma das maiores escolas de Taguatinga, que fica
vizinha à praça ( a maioria crianças) são submetidas a cenas deploráveis todos
os dias.
O encarregado de um condomínio com mais de 100 apartamentos
que fica próximo à Praça do Relógio, narra um fato em que uma senhora de 76
anos repreendeu a um desses moradores de rua que estava urinando na calçada do
prédio sem se incomodar com a presença das crianças na saída do Colégio Stela
Maris.
Os mendigos além de ofenderem à idosa com palavrões também
tentaram agredi-la fisicamente e só não causaram um dano maior porque os
porteiros de prédio interviram.
“Esse tipo de confusão é comum”, desabafou esse encarregado,
que já comunicou a administração do condomínio a sua intenção de sair do
emprego, com receio de ser agredido por um desses moradores de rua.
O encarregado explica também porque tem que manter os contêineres
de lixo do condomínio trancados com cadeados e presos com correntes: “Se
deixar aberto, eles rasgam os sacos e espalham todo o lixo, procurando restos
de comida e objetos para vender ou trocar por crack”.
São
pessoas carentes.
Mas é responsabilidade do Estado retira-las das ruas e acabar
com a indignidade da situação, tanto para eles como para os cidadãos e cidadãs
que pagam impostos.
Uma moradora representante comercial que mora na área e é
obrigada a conviver com a situação resumiu a sua insatisfação com a situação em
um post em uma rede social:
“Infelizmente existe um termo utilizado que se chama "vícios cristalizados”. Por mais que moradores de rua tenham família, que o governo ajude, ou que alguém o leve até uma moradia eles sempre vão retornar, pois não sabem viver como uma família convencional. É vício de rua, vício de liberdade. Sendo assim é direito do cidadão ou cidadã querer manter distância. Estamos em um Estado (DF) onde não existe pobreza extrema e grande parte desse pessoal está na rua por opção.
Não é papel de o cidadão argumentar que tipo de orientação possa ter levado a essa opção, mas cabe ao cidadão não estimular e nem alimentar essa opção deles”.
0 Comentários