Uma mostra exposta na Biblioteca Nacional de Brasília
está causando polêmica nas redes sociais.
A obra traz duas cabeças de bode sobre um exemplar da
Bíblia Sagrada.
Assinada pela artista Andrea Campos de Sá, a peça
ganhou o nome de Bíblia de Gutenbééé, aparentemente a mistura da
onomatopeia do berro do bode com a famosa Bíblia de Gutenberg.
O deputado distrital pastor Daniel de Castro (PP) propôs uma Moção de Repúdio em resposta à exibição. Para ele, trata-se de uma demonstração de intolerância religiosa.
É assim que, muitas vezes, os ataques à fé são cometidos, inseridos em eventos culturais, em falsos disfarces de obras de arte. Isso não é arte! É, sim, um claro desrespeito à nossa Constituição e se nada for feito para coibir esses ataques hoje, amanhã se tornarão comuns
De acordo com a Agência Brasília, ligada ao Governo do Distrito Federal, a exposição busca dar um olhar diferente ao livro e ganhou o nome de re.cor.da.ção livros de artista/livros-objetos.
Diz a nota da divulgação:
A apresentação nasceu com objetivo de promover o alcance e acesso mais amplo ao livro e proporcionar trocas poéticas e de práticas artísticas. Em um espaço preparado para propiciar o diálogo entre artistas e visitantes, ficarão expostos 29 exemplares de artistas produzidos nos últimos cinco anos
Bode expiatório é uma expressão popular que define o indivíduo que não consegue provar sua inocência, mesmo sem ser o responsável direto pela acusação.
O bode expiatório era um animal que era apartado do rebanho e deixado só na natureza selvagem como parte das cerimônias hebraicas do Yom Kippur, o Dia da Expiação, na época do Templo de Jerusalém.
De acordo com Rainer Sousa, graduado em história, no chamado Dia da Expiação, encontrado no livro bíblico de Levítico, os hebreus organizavam uma série de rituais que pretendiam purificar a sua nação. Para tanto, organizavam um ato religioso que contava com a participação de dois bodes.
Em sorteio, um deles era sacrificado junto com um touro e seu sangue marcava as paredes do templo.
O outro bode era transformado em “bode expiatório” e, por isso, tinha a função ritual de carregar todos os pecados da comunidade. Nesse instante, um sacerdote levava as mãos até a CABEÇA do animal inocente para que ele carregasse simbolicamente os pecados da população.
Depois disso, era abandonado no deserto para que os males e a influência dos demônios ficassem bem distantes.
Em se tratando de expiar pecados, no caso do Brasil, só uma cabeça de bode não dá nem para o começo. Seriam necessários vários Fatos (Substantivo coletivo de bodes).
LEVÍTICO 16:5-11
⁶ Depois Arão oferecerá o novilho da expiação, que será para ele; e fará expiação por si e pela sua casa.
⁷ Também tomará ambos os BODES, e os porá perante o Senhor, à porta da tenda da congregação.
⁸ E Arão lançará sortes sobre os DOIS BODES; uma pelo Senhor, e a outra pelo bode emissário.
⁹ Então Arão fará chegar o BODE, sobre o qual cair a sorte pelo Senhor, e o oferecerá para expiação do pecado.
¹⁰ Mas o BODE, sobre que cair a sorte para ser bode emissário, apresentar-se-á vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele, a fim de enviá-lo ao deserto como BODE emissário.
¹¹ E Arão fará chegar o novilho da expiação, que será por ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e degolará o novilho da sua expiação.
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