Com transmissão pelo canal de Youtube do Instituto
Rosa dos Ventos, o Casa de Fita Festival disponibiliza sua programação em cinco
vídeos, entre 26 e 30 de maio, sempre às 19h, com reprise no dia seguinte às
16h. Os espetáculos ficarão disponíveis apenas nos horários
destinados às exibições.
As apresentações, que,
oportunamente, acontecem no marco da Semana Mundial do Brincar, fazem parte do
calendário oficial do Circuito Candango de Culturas Populares, amplo projeto
capitaneado pelo Instituto e fomentado pela Secretaria de Cultura e Economia
Criativa do DF.
O festejo, cujo enfoque é criar
arranjos para a educação infantil por meio da cultura do inventar, teve origem
na escola de cultura popular homônima, que é uma das vertentes de atuação do
grupo Seu Estrelo.
Maria Isabela Aquino,
coordenadora do Centro Tradicional de Invenção Cultural e co-criadora do
projeto Casa de Fita, explica sobre a essência da iniciativa e seus propósitos.
O Casa de Fita nasceu com o objetivo de
pensar e praticar uma educação baseada na cultural popular, na invenção, nas
brincadeiras, por meio do Mito do Calango Voador, escrito por Tico Magalhães.
A proposta busca criar espaços afetivos,
onde as crianças possam saber quem são, reconhecer-se na natureza e imaginar as
possibilidades de mundo por meio da invenção e da força criativa.
Nossa intenção é com o Festival repensar
o direito das crianças à cidade e refletir sobre que cidade queremos entregar a
elas.
MARIA ISABELA AQUINO
coordenadora do Centro
Tradicional de Invenção Cultural e co-criadora do projeto Casa de Fita
Atenta às restrições
sociais necessárias em razão da pandemia, a coordenação do evento encontrou na
transmissão online uma alternativa para reverenciar o público, majoritariamente
formado por crianças e por pessoas interessadas em educação para os primeiros
anos, sem oferecer risco à saúde.
Tico Magalhães, capitão do
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, explica o que resultou desse isolamento
necessário.
Nesse momento em que não podemos ocupar
a cidade, repensá-la é uma oportunidade. Assim, como Naiá, minha filha, também
não pode ocupar a cidade nem ir para a escola, pudemos pensar juntos sobre essa
relação e criar em parceria o espetáculo. E o Casa de Fita trouxe, então, a
oportunidade de apresentar o resultado desse pensamento conjunto e dessa
criação em parceria.
TICO MAGALHÃES
Capitão
do Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro
As atrações são compostas por
artistas populares locais e por um convidado especial, o pesquisador da
infância Gandhy Piorski, que relata sua visão sobre a importância das
celebrações populares no imaginário infantil.
Os
festejos populares são sonhos coletivos, perpetuam-se por gerações.
Quando as crianças os vivem, elas têm
a engenhosa capacidade de se enraizar em suas memórias.
Guardam-se nas crianças como alma
comunitária: esse aspecto amoroso da alma do mundo.
GANDHY PIORSKI
Assim, o Casa de Fita
Festival propõe uma nova experiência de educação, fundada sobre o
entrelaçamento entre aprendizagem, natureza e cultura, sempre primando pelo
popular e pelas tradições. A brincadeira é a alma das práticas educativas
propostas pelo projeto.
Stéffanie Oliveira,
presidente do Instituto Rosa dos Ventos, compartilha sua visão sobre a proposta.
Ao longo da vida somos sempre induzidos
a deixar de brincar, a levar a vida a sério, a deixar a prática do que há de
mais sincero em nós quando criança, a brincadeira. O Casa de Fita vai contra
essa lógica e incentiva as crianças cada vez mais a brincar, a explorar o que
mais têm de potencial, a imaginação.
É uma honra ter um projeto voltado a
esse público tão potente e inteligente que são nossas crianças.
STÉFFANIE OLIVEIRA
presidente do Instituto Rosa
dos Ventos
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
Quarta-feira (26/05), 19h: Palestra de abertura com Gandhy Piorski.
Pesquisador nas áreas de
cultura e produção simbólica, de antropologia do imaginário e de filosofias da
imaginação. No terreno das expressões plásticas discute as narrativas da
criança, sua fantástica e seus artefatos, é consultor e idealizador de projetos
que investigam uma pedagogia social contida nas linguagens das infâncias.
Quinta-feira (27/05), 19h: Espetáculo Amaldiçoado Circo Lunar da Trupe Zepelim
de Led.
Brincantes: Tainá
Martins, Marcelo Nemmevê e Rafael Pops.
Duração: 35 minutos.
A Trupe Zepelim de Led é uma
experiência sagrada e picaresca, que une o circo e a cultura popular, o
universo da palhaçaria à encantaria da tradição brasileira. Formado por
brincantes do Grupo Seu Estrelo: Marcelo Nemmevê, Rafael Pops e Tainá Martins,
a Trupe Zepelim de Led assume a missão de juntar em sua brincadeira o terreiro
e o picadeiro, unindo misteriosamente a dança, o teatro, a música, o circo, a
feitiçaria, o catimbó e sei lá mais o quê. Assim, uma colombina atriz, um
andante palhaço e um vagabundo brincante se enlaçam para contar a fabulosa
história da última apresentação do Amaldiçoado Circo Lunar.
Sexta-feira
(28/05), 19h: Espetáculo Maria das
Alembranças de Luciana Meirelles.
Brincantes:
Luciana Meirelles e Nara Oliveira
Duração: 30 minutos.
Maria das Alembranças é um
brinquedo cerratense de contar histórias. Mensageira das árvores e guardiã de
sementes, abre caminhos para memórias do passado e do futuro. Nessa edição,
contará o mito Iorubá da origem do ser humano, convidando toda a família a se alembrar
de nossas origens ancestrais.
Sábado (29/05), 19h: Espetáculo Mateus Caramelada da Lelé Bicuda de Chico Simões.
Brincante:
Chico Simões.
Duração:
40 minutos.
Chico Simões, apresenta o
palhaço Mateus Caramelada da Lelé Bicuda, camelô, brincante de reisado,
bumba-meu-boi, guerreiro de folias, mágico e ventríloquo, formado nas feiras,
festas e festivais pelo mundo. Contador de histórias e de causos, este
menestrel contemporâneo promete benzer e bendizer o público presente, que terá
notícias e participará das cenas que contam histórias de amor e de guerra nas
terras de São Saruê, onde vive tudo que se imagina e a máscara mais revela que
oculta.
Domingo (30/05), 19h: Espetáculo Seu Estrelo e o Estranho Julgamento de um
Palhaço e um Jumento de Tico Magalhães.
Brincantes: Tico
Magalhães e Iaiá Magalhães.
Duração: 20 minutos.
Um espetáculo inédito,
escrito por Tico Magalhães (Capitão do Grupo Seu Estrelo) para o Casa de
Fita Festival . Uma brincadeira que narra a história de um surpreendente
julgamento de faz de conta. Um julgamento onde o público é o próprio jurado. Um
espetáculo infantil que discute a infância e de que modo a cidade e seus comandantes
vem cuidando das crianças.
0 Comentários