Uma solução para
agilizar o atendimento a gestantes em situações de risco atendidas em
hospitais.
Nove equipes participaram da maratona de programação da USP |
Essa é a ideia
vencedora da SancaThon, a 1ª maratona de programação da USP em São Carlos,
realizada entre os dias 8 e 10 de junho, e que desafiou os participantes a
criarem alternativas para problemas da cidade em 31 horas.
Para ajudar a combater a mortalidade de grávidas no
município, cinco estudantes da Universidade criaram um sistema portátil capaz
de unir medidores de febre, pressão e batimentos cardíacos em um único
dispositivo.
Com base em um diagnóstico prévio a partir dessas medições,
o sistema conseguiria sugerir a profissionais de enfermagem as melhores
condutas para se tomar co relação às pacientes em risco. Com isso, o
equipamento poderia propor, por exemplo, a verificação de possíveis infecções,
hemorragias ou, dependendo do caso, o encaminhamento imediato da gestante ao
médico que, por sua vez, seria alertado sobre a gravidade da situação.
Todos os dados coletados seriam disponibilizados automaticamente
na nuvem de uma rede de hospitais, dispensando o preenchimento manual de
formulários e, caso a paciente precisasse ser transferida para outro local,
seria feita a comunicação de informações do prontuário entre os órgãos de
saúde. O design do sistema ainda será elaborado e a expectativa é de que até o
final do ano o produto esteja disponível no mercado.
“O maior diferencial do aparelho é justamente integrar todas essas
funções, pois facilitará muito a vida do profissional, dando a ele orientações
de forma inteligente. Em complicações na gravidez, a cada hora que passa, as
chances de a gestante sobreviver podem diminuir bastante”, explica Vinicius Garcia, um dos integrantes do
grupo vencedor e aluno do curso de Engenharia
de Computação da USP, oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de
São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação
(ICMC).
Nomeado de Our
life, o equipamento, que deve custar em torno de R$ 2.000,00, será composto tanto por um software quanto por um
hardware e, segundo Vinicius, não será preciso treinar os profissionais que
irão utilizá-lo, pois a forma de medição atual não será alterada. Ele também
conta que as ponteiras dos instrumentos hospitalares frequentemente quebram e,
como o protótipo desenvolvido terá os principais medidores integrados, o risco
de danos será menor, gerando economia aos hospitais.
Também compuseram o
grupo vencedor os alunos Gabriel Cerqueira, Alexandre Bellas, Laise Cardoso e
Silva e o mestrando Leonardo Moraes.
Além do título da 1ª
SancaThon, o trabalho também foi reconhecido pela Santa Casa de São Carlos: “Esse projeto é de grande impacto na saúde
pública e, além de evitar mortes, poderá ajudar quem está no processo de
assistência no pronto-socorro a acertar mais. Nas próximas semanas pretendemos
iniciar alguns testes com a equipe de ensino e pesquisa do hospital”,
afirma Daniel Bonini, superintendente da
Santa Casa.
PROGRAMANDO NA USP
A 1ª SancaThon contou com 39 integrantes, divididos em 9
equipes formadas por participantes de diversas universidades e instituições,
que foram desafiados a desenvolver tecnologias. “Grande parte de nossos problemas
é técnico, por isso, é preciso integrar o município com os cientistas das
universidades. A partir dessa união, conseguiremos avançar a outros patamares”,
conta José Galiza Tundisi, secretário de
Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos.
Ele afirmou, ainda, que os melhores projetos da SancaThon
poderão ser financiados, tanto pela Prefeitura, caso aprovados, quanto pelos
Governos Estadual e Federal. “Tenho certeza de que São Carlos terá cada
vez mais um sistema avançado de desenvolvimento científico e tecnológico e será
exemplo no Brasil”, conclui.
Segundo Daniel
Magalhães, professor da EESC e um dos organizadores do evento, a SancaThon
superou as expectativas: “A participação dos grupos foi muito efetiva
e a vivacidade com que os participantes trabalharam mostra que esse tipo de
evento tem público e apelo. Já recebemos, inclusive, sugestões de temas para
próximas edições de hackathons na USP”, conta o docente. Segundo ele, a
Prefeitura de São Carlos se mostrou bastante empolgada com os projetos e
demonstrou interesse em trabalhar para implantá-los na cidade.
Mas quem pensa que a SancaThon é importante apenas ao
público que irá usufruir dos projetos desenvolvidos está engando. Isso porque
os participantes da Maratona têm a oportunidade de desenvolver outras
habilidades ao longo de uma iniciativa como essa: “A veia empreendedora é
incentivada nos jovens estudantes que, com certeza, serão os responsáveis por
transformar a sociedade. A experiência durante o evento é muito rica, eles
ganham autoconfiança e ainda geram benefícios ao país”, diz o
chefe-geral da Embrapa Instrumentação de
São Carlos, João Naime.
Outros trabalhos também foram destaque na competição da USP.
Em segundo lugar, ficou o projeto “μCare”,
que trouxe a proposta de utilizar um sistema capaz de localizar, em tempo real,
determinados equipamentos médicos dentro dos hospitais. A equipe idealizadora do trabalho foi composta por Pedro Jeronymo,
Patrick Feitosa, Guilherme Momesso, Guilherme Prearo e Bruno Stefano, todos
alunos do curso de Engenharia de Computação da USP em São Carlos.
Na terceira colocação ficou o projeto Calisto, no qual os integrantes da equipe propuseram uma
solução para reduzir o tempo que os pacientes passam dentro de um ambulatório
ou pronto-socorro. Para isso, os participantes criaram uma espécie de totem
capaz de adiantar o processo de triagem. O equipamento também atuaria para
ajudar aqueles que ainda não estão no hospital, marcando consultas, solicitando
ambulâncias e indicando a farmácia mais próxima ao ser consultado sobre a
disponibilidade de um remédio. A equipe
é composta pelo autônomo Ricardo Ferreira e pelos alunos da Universidade Federal
de São Carlos (UFSCar), Carlos Cunha, Iago Barbosa, Matheus Lima e Fernando
Guisso.
Protótipo passará por testes na Santa Casa de São Carlos |
Jovens tiveram 31 horas para desenvolver soluções a problemas de São Carlos |
Concentração, criatividade e dedicação foram fundamentais
durante a competição
Todos os grupos tiveram três minutos para apresentar seus
trabalhos, dois minutos para demonstrações e outros dois para responder
perguntas dos jurados.
As três primeiras equipes ganharam kits DragonBoard 410c e Linkspirte
e poderão participar da FutureCom 2018.
Para dar continuidade aos projetos, as equipes terão direito a pré-acelerar
seus empreendimentos na Baita Aceleradora e também a 8 horas de trabalho e
orientação no Wikilab.
Além de Tundisi, João
Naime e Daniel Bonini, a comissão avaliadora da SancaThon foi composta por:
Paulo César Giglio, CEO da Incon
Eletrônica e vice-diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
(CIESP) em São Carlos; Alexandre Wellington de Souza, tenente-coronel do
Comando Geral do 38º Batalhão da Polícia Militar; Mario Casale Neto, diretor de
operações na Casale Equipamentos; Erwin Franieck, diretor de desenvolvimento da
Bosch; Natanael Alves da Silva, coordenador do Centro de Ciência, Inovação e
Tecnologia em Saúde de São Carlos e ex-presidente da Comissão Municipal de
Saúde; Bruno Evangelista, diretor de desenvolvimento de negócios IOT da
Qualcomm; Rodrigo Pereira do Portal Embarcados e Mirjan Schiel, representante
da comunidade.
SOBRE A SANCATHON
É realizada em
conjunto pela EESC, ICMC e pela Semana da Integração da Engenharia Elétrica
(SIEEL). A iniciativa conta com o apoio da Agência USP de Inovação, da
Agência de Inovação da UFSCar, do Portal Embarcados, da Sintesoft, da Faculdade
de Tecnologia (FATEC) de São Carlos, da Semana da Engenharia de Computação da
USP, do Portal Industrial, do Wikilab, do CIESP São Carlos, do Senai São
Carlos, da Baita Aceleradora e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos.
Fonte: (Texto e fotos) Henrique Fontes – Assessoria de
Comunicação do SEL
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