A divulgação de
informações equivocadas sobre o aleitamento materno em programa de televisão de
grande audiência levou a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a divulgar uma
nota de esclarecimento sobre o tema.
A entidade espera sensibilizar os veículos de comunicação
para evitar a disseminação de atitudes incorretas durante a amamentação, como a
chamada “amamentação cruzada”, o que
pode colocar a saúde das crianças em risco.
A SBP alerta que na novela “O outro lado do Paraíso” (TV Globo), em capítulo exibido no dia
27/03/2018, foi apresentada uma cena onde se recomenda a “amamentação cruzada” (uma mulher amamenta o filho de outra mulher).
Contudo, afirmam os especialistas da entidade, essa prática
é contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), pois oferece risco de transmissão de doenças infectocontagiosas, como o
HIV/AIDS, sobretudo para as crianças.
“Toda a população deve dar suporte para as mães que amamentam e os pediatras devem ser valorizados por serem fundamentais ao orientar sobre o tema. Contudo, para tanto, é preciso evitar que práticas não recomendáveis, como é a amamentação cruzada, sejam difundidas, o que pode confundir e causar problemas de saúde graves. Os pediatras pedem, assim, que todos os veículos de comunicação, em especial a emissora responsável pela novela onde as cenas foram exibidas, ajudem a disseminar de modo correto as vantagens do aleitamento junto aos brasileiros”,
Dra Luciana Rodrigues Silva
Presidente da SBP
Na nota, a SBP informa ainda que a sugestão feita, na
novela, de que existe leite materno “fraco”
também não está correta. “É importante
destacar que a amamentação deve ser estimulada, pois é o único processo natural
que garante acesso ao alimento completo e mais adequado para as crianças. Por
isso, deve ser oferecido, de modo exclusivo, nos seis primeiros meses, podendo
ser complementado a partir de então”, orienta a Sociedade.
Os pediatras lembram ainda que uma criança pode, sim,
receber leite de outra mulher.
No entanto, ressaltam, “esse
leite deve ser oriundo de uma doação a um banco de leite humano, onde recebe
tratamento que o deixa livre de qualquer possibilidade de transmissão de
doenças”.
Para repassar
orientações adequadas, a SBP mantém em seu site uma página com dicas
importantes (http://www.sbp.com.br/index.php?id=494).
Fonte: Assessoria de
Imprensa da Sociedade Brasileira de Pediatria
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