Aécio réu, Demóstenes
elegível e Temer com popularidade no calcanhar
Em dias de poucas
discussões no Legislativo e as articulações do Executivo para tentar reverter a
impopularidade do presidente Michel Temer, couberam ao Supremo Tribunal Federal
os holofotes das principais decisões tomadas nesta semana.
Mexidas de peças no
tabuleiro de diversos partidos. A começar por aquele que já foi o principal
representante da oposição ao governo do PT: Aécio Neves.
O ex-presidente do PSDB e presidenciável tucano agora é réu.
Por 5 votos a zero, a Primeira Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu receber a denúncia contra o senador
de Minas, acusado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de
corrupção passiva e obstrução de Justiça.
O poder do Supremo de apertar uns, também serviu para
afrouxar outros. Por 3 votos a 2, a Segunda Turma do STF decidiu que o ex-senador Demóstenes Torres poderá se
candidatar a uma vaga ao Senado nas próximas eleições. Demóstenes, que é de
Goiás, teve o mandato cassado em 2012, depois de ser flagrado em uma conversa
telefônica negociando com o bicheiro
Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais.
Pela Lei da Ficha Limpa, o ex-senador permaneceria
inelegível este ano, mas o entendimento da maioria dos cinco ministros foi o de
que, se as provas que embasaram sua cassação acabaram anuladas pela Justiça, o
que acabou acontecendo, não havia mais sentido ele ser impedido de concorrer à
eleição.
Esta semana o Supremo também concedeu ao deputado federal Paulo Maluf o direito
de se manter em prisão domiciliar. Maluf, que tem câncer e passa por um
tratamento, permanecerá em casa. Ele até chegou a ficar cerca de dois meses
preso na Penitenciária da Papuda, em
Brasília, até garantir a saída para cuidar da saúde.
Enquanto isso, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue repercutindo. Nesta
semana, onze senadores da Comissão de Direitos Humanos do Senado visitaram Lula
na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A justificativa
apresentada à justiça era de que a viagem, de caráter oficial, tinha como
propósito verificar se as instalações, onde estão Lula e outros detentos, são
adequadas.
Os parlamentares
fazem parte de partidos de esquerda: PT, PCdoB e PSB.
Já o apartamento triplex
do Guarujá, aquele responsável pela condenação que mandou Lula para a
cadeia, foi ocupado por integrantes do Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto e da Frente Povo Sem Medo. O imóvel foi
atribuído ao ex-presidente como um presente da construtora OAS. Seria, de
acordo com as acusações, uma retribuição em troca do favorecimento da empresa
em contratos com a Petrobras.
A justificativa dos militantes é: “Se o triplex é do Lula, podemos
permanecer. Se não é, por que ele está preso?”, questionaram.
E se as coisas estão péssimas pra Lula, ruins para Aécio,
nada boas para Maluf, mas melhores para Demóstenes, com o presidente Michel Temer elas andam de mal a pior. Pesquisa
Datafolha apontou que 70% da população
entrevistada consideram o seu governo
ruim ou péssimo.
Um banho de água fria para quem tem planos de entrar no
páreo e disputar a reeleição em outubro.
Fonte: Agência do
Rádio - Hédio Júnior
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