O melhor que podia acontecer para Taguatinga é que todo ano
fosse ano de eleição. Quando se aproxima o período eleitoral, surgem “taguatinguenses” revoltados com o
descaso com que cidade é tratada pelo governo, políticos e pelos administradores
por ele indicados.
A movimentação é tão grande que passa a impressão que a
cidade só existe mesmo no período eleitoral.
Não é regra, mas a maior parte destes patriotas, bairristas
de ocasião e salvadores da pátria só está interessada mesmo é no voto do
eleitor taguatinguense. Apesar de todos negarem com veemência, alegando que toda
esta movimentação extemporânea é em “defesa de Taguatinga”.
Políticos com mandato e outros a caça de um, “encaixam” seus
apaniguados em grupos com pretensos interesses na melhoria de Taguatinga. Os discursos
oportunos de revolta e de descontentamento só aparecem mesmo em época de
eleição.
É isto que espanta o taguatinguenses comum destas
iniciativas. É o que justifica o fato de que em uma cidade com colégio eleitoral
de 175 mil eleitores*, o distrital mais votado teve pouco mais de 3000 votos.
* (só de zonas
eleitorais em Taguatinga)
A prova de que “estes patriotas, bairristas de ocasião e
salvadores da pátria estão interessados apenas no voto do eleitor taguatinguense”,
tem quem participa de qualquer um dos vários grupos organizados que,
mesmo fora do período eleitoral, sempre procuraram e procuram se reunir para
discutir, denunciar, participar e propor soluções para os problemas da cidade.
LUOS – Lei do Uso e
Ocupação do Solo
Nas discussões sobre a LUOS, a participação do cidadão de
Taguatinga se restringiu a pouco mais de meia dúzia de pessoas. Mesmo naquela reunião
realizada no auditório da Administração de Taguatinga em que havia dez vezes
mais representantes de Ceilândia, Vicente Pires e Samambaia, do que da cidade
anfitriã.
Na ultima audiência pública sobre o tema, realizada no Campus da UnB da Ceilândia a representação de Taguatinga foi pífia. Na audiência da Poligonal de Taguatinga e de outras cidades realizada no Museu da República, a participação do taguatinguenses foi melancólica. A cidade
foi representada apenas pelo aguerrido presidente da Associação Comercial
Industrial de Taguatinga – Justo Magalhães – solitário entre o povo que
compareceu ao local, apesar de haver sido amplamente divulgada pelo governo por mais de 30 dias, em vários grupos de whatsapp e em outras redes sociais.
Destaque-se que várias prévias da discussão sobre a LUOS
foram organizadas pela ACIT, que enviou em todas elas, mais de 1000 convites e
que contou também com ampla divulgação nas redes sociais. Puro constrangimento.
Os técnicos do governo compareciam em massa, com amplo amparato tecnológico,
para apresentar as mudanças em Taguatinga para um pequeno grupo que nunca
passou de 20 pessoas. Com raríssimas exceções,
os “patriotas,
bairristas de ocasião e salvadores da pátria”, nunca se fizeram
presentes nestas reuniões.
JULIO CARNEIRO
O abnegado médico tenta ressuscitar e ocupar a Praça do
Coreto, organizando periodicamente aos domingos, eventos gratuitos abertos para
a comunidade. A praça, antes ocupada por mendigos, por drogado e com constantes
assaltos, foi reformada pelo governo com a parceria do Taguatinga Shopping. Apesar
da baixa frequência, Dr. Júlio não desiste. Quem nunca aparece por lá são
justamente estes “patriotas, bairristas de ocasião e salvadores da pátria que estão interessados
mesmo é no voto do eleitor taguatinguenses”.
MOVITU,
MERCADO NORTE /
TAGUACENTER
O local, tradicional e de forte comércio, há muito vem
precisando de uma atenção do poder público. O assunto foi tratado, FORA DO
PERÍODO ELEITORAL, por um grupo de taguatinguenses coordenado por Ronaldo Seggiaro (Movimento Taguatinga Unida)
e Justo Magalhães, com a
participação de várias lideranças da cidade. A iniciativa rendeu a doação de um
projeto de revitalização para a área pela arquiteta taguatinguenses Miriam
Carneiro e o inicio das tratativas para realização das obras. Uma parte do
recurso (R$ 800 mil) foi destinada por emenda pelo deputado Chico Leite e parte
do restante foi levantada pelo diligente presidente da Associação Comercial
Industrial de Taguatinga – Justo Magalhães em uma peregrinação por gabinetes de
outros distritais.
PARTICIPAÇÃO
O que não dizer também da luta constante do Mestre Paulão e
da incansável Marta Lima a frente do Conselho de Segurança de Taguatinga –
CONSEG. Apesar das reclamações dos moradores, em algumas reuniões do conselho,
com a presença de várias autoridades, o público se restringiu a pouco menos de
20 pessoas. E sem a desculpa de que o Conseg é ineficaz. Muito de melhorias no
transito, iluminação, segurança e outros, foram conseguidas com as intervenções
da entidade. Com raríssimas exceções, os “patriotas, bairristas de ocasião e
salvadores da pátria”, nunca se fizeram presentes nas reuniões do
CONSEG.
Diz uma piada que Taguatinga é uma bela moça pra namorar, mas não pra levar para o altar. Não é só o poder público que se esquece da cidade. Tem taguatinguense que só se lembra dela quando lhe convém....
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