A Associação dos Magistrados Brasileiros, AMB, repudiou, em nota, a
petição enviada pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para a ONU. No documento, Lula denuncia suposta falta
de imparcialidade e abuso de poder, cometidos pelo juiz federal, Sérgio Moro, e dos procuradores da operação
Lava-Jato.
Na visão dos magistrados, a
Corte Internacional não deve ser usada com o intuito de constranger o andamento
das investigações que acontecem no País. A AMB afirma estar preocupada com as manobras
feitas para intimidar as atividades dos juízes no Brasil. A associação coloca
Sérgio Moro como um exemplo disso, devido ao destaque do juiz durante a
operação da Lava Jato.
A petição encaminhada a Comissão de Direitos Humanos da ONU
pede avaliação de pontos como a condução coercitiva de Lula à Polícia Federal,
no início de março deste ano, o vazamento de dados confidenciais de Lula e das
investigações para a imprensa, divulgação das gravações telefônicas do
ex-presidente com a presidente afastada, Dilma Rousseff, o que segundo o
documento, coletadas de forma ilegal e o uso de prisões temporárias e
preventivas com o objetivo de negociar delações premiadas. Os advogados de Lula
afirmam que o ex-presidente, que é um dos investigados na operação, não é
contra a investigação em si, mas se opõe a falta de uma suposta imparcialidade
da Justiça e não cumprimento de algumas leis durante o processo.
Lula é investigado da Lava
Jato e é suspeito de ter recebido vantagens ilegais durante o esquema de
corrupção na Petrobras. Há indícios, de acordo com a Polícia Federal, de que
empreiteiras como a Odebrecht e a OAS, alvos da operação, beneficiaram o
ex-presidente e parentes, além de terem pago as reformas de um sítio em Atibaia
e um Triplex no Guarujá.
Fonte: Agência do Rádio - Raphael Costa
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