A violência contra comunicadores vem crescendo no Brasil. É
o que aponta um relatório divulgado pela ONG Artigo 19. Segundo dados da
pesquisa, apenas no ano passado, foram 35 casos em que os profissionais da
comunicação foram alvos de agressões graves e ameaças. Em 2014, esse número foi
de 21 ocorrências. Ao todo, em 2015, 22 profissionais receberam ameaças de
morte, sete sofreram tentativas de assassinato e seis, infelizmente, foram
assassinados.
Um desses casos foi do radialista Glaydson Carvalho, de Camocim, no Ceará, assassinado com três tiros
enquanto apresentava programa na rádio Liberdade FM. A Polícia Militar da
região disse que dois homens entraram no estúdio, renderam a recepcionista e
dispararam contra Glaydson. Os responsáveis pela morte do radialista foram
presos em dezembro de 2015. O assassinato foi cometido porque o radialista
fazia fortes críticas a políticos da região. Assim como Glaydson, mais dois
radialistas perderam a vida e outros três blogueiros foram assassinados.
Segundo o relatório, denúncias sobre má gestão pública são
as principais motivações para os crimes. Os agressores, em sua maioria, foram
políticos e policiais. As cidades com até 100 mil habitantes são os locais de
maior riscos aos comunicadores, com o registro de 26 casos.
Ainda de acordo com o levantamento, a região Nordeste
apresentou cerca de 30 por cento dos casos, com destaque para o estado do
Maranhão.
Além da pesquisa da ONG Artigo 19, outro levantamento
parcial da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, Abert, traz
dados mais atualizados. Segundo a entidade, 73 casos de violência contra
profissionais da imprensa durante o exercício da profissão foram registrados no
primeiro trimestre de 2016. O número é mais da metade dos casos apurados em
todo o ano de 2015. Ainda segundo a Abert, no ano passado, o Brasil alcançou a
posição de quinto país mais perigoso do mundo para o exercício da profissão de
jornalista.
Fonte: Agência do
Rádio - Anna Jullia Lima
0 Comentários