UM ASSUNTO
CONSTRANGEDOR QUE PODE COMPROMETER BEM ESTAR FÍSICO, EMOCIONAL E SOCIAL.
Problema atinge mais
de 10 milhões de brasileiros de todas as idades e é duas vezes mais comum em
mulheres.
Fonte: Dra. Lilian
Fiorelli - Ginecologista e obstetra da Alira Medicina Clínica, com
especializações em uroginecologia e sexualidade humana pela Universidade de São
Paulo. Também é membro do Grupo Médico Assistencial do Assoalho Pélvico do Hospital
Israelita Albert Einstein e do International Urogynecological Association.
Beber muito líquido é essencial para manter-se hidratado.
Ingerindo mais líquidos, a frequência com que se urina também é maior. Às
vezes, as pessoas até seguram um pouco para irem ao banheiro, principalmente se
estão no trabalho ou em alguma balada, mas, quando o fazem, a sensação é de
alívio.
O fato de conseguir segurar a urina até o banheiro para a
maioria é um ato muito simples. Porém, para milhões de pessoas no mundo, esta
não é uma tarefa tão fácil. A incontinência urinária, que é perda involuntária
de urina, atinge 10 milhões de brasileiros de todas as idades, sendo duas vezes
mais comum no sexo feminino, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia.
É uma dificuldade que afeta todas as faixas etárias, mas acomete mais a
população idosa. A prevalência é muito alta entre as pessoas com idade superior
a 60 anos: acredita-se que de 30 a 60% tenham incontinência urinária.
Além de ser um problema comum, é muitas vezes constrangedor.
“Em alguns casos, a pessoa não consegue
segurar a urina ao fazer esforços como tossir, espirrar ou em exercícios
físicos; em outros, a vontade de urinar é tão súbita e forte que não dá tempo
de chegar ao banheiro. Todas estas situações causam impacto na qualidade de
vida, comprometendo o bem-estar físico, emocional, psicológico e social, e pode
levar à depressão e prejudicar as relações sociais e familiares”, afirma
Lilian Fiorelli ginecologista da Alira Medicina Clínica.
Em muitos casos a paciente esconde este problema dos amigos
e familiares e até do médico por vergonha ou por achar que é algo “normal da
idade” e deixa de tratar adequadamente, o que piora a qualidade de vida.
Diferentes doenças podem causar os sintomas. “Algumas
delas podem ser transitórias como infecções urinárias, efeitos colaterais de
medicamentos, diabetes descompensada, mas outras podem ser duradouras ou
permanentes, por isso, quando perceber que você ou alguém próximo tem apresentado
sintoma de incontinência urinária, é importante informar ao médico. Uma
avaliação bem feita pode determinar a causa da incontinência e auxiliar no
tratamento adequado”, explica.
Os principais tipos de incontinência urinária nas mulheres
são a bexiga hiperativa (que são contrações involuntárias do músculo da bexiga)
e a incontinência urinária de esforço, seja por fraqueza dos músculos que
sustentam a bexiga e a uretra ou fraqueza/lesão do músculo esfincteriano que
envolve a uretra. Outros tipos incluem transbordamento, fístulas (por exemplo,
comunicação da bexiga com a vagina) e defeitos no nascimento.
Entre os fatores de risco, a ginecologista cita:
múltiplas gestações, obesidade, esforços físicos intensos, lesão no esfíncter
da uretra durante o parto normal ou fórcepis, menopausa, tabagismo,
doenças de colágeno, doenças e lesões da medula, cirurgias da bexiga, de órgãos
genitais femininos e outros órgãos pélvicos, doenças que afetam os nervos ou
músculos (derrame cerebral, esclerose múltipla, poliomielite, distrofia
muscular, entre outros) e também pode estar associada a prolapso de órgão
pélvico - a famosa “bexiga caída”. Importante dizer que a maioria das causas de
incontinência urinária pode ser tratada com sucesso. Basta procurar um médico para
ser orientada.
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