A crise econômica está afetando o setor farmacêutico e,
pela primeira vez em mais de 10 anos, o governo deve determinar um reajuste
anual de preços acima da inflação. Os medicamentos poderão subir até 12,5% a partir de 31 de março, mas o
consumidor deve perceber o aumento gradualmente, conforme as farmácias forem
renovando os seus estoques. As oscilações do câmbio e o aumento expressivo da
energia elétrica tiveram grande influência na mudança.
Os medicamentos têm os preços controlados pelo governo,
que realiza um reajuste anual com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo). Neste ano, a inflação entre março de 2015 e fevereiro de 2016 foi
fixada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 10,36%.
Além disso, outros três fatores são usados para definir as faixas de correção.
O primeiro fator considera a produtividade da indústria,
que fora positiva nos últimos anos. Já o segundo se baseia na concorrência das
classes terapêuticas para estabelecer faixas distintas de reajustes. Por
último, o terceiro fator pondera forças econômicas como câmbio e energia
elétrica na equação.
Desta vez, a produtividade da indústria foi negativa, ou
seja, a mão de obra contratada produziu menos que no ano anterior. Assim, os
fatores de produtividade acabaram sendo anulados e, com isso, o governo determinou
apenas uma faixa de reajuste para todo o setor.
O terceiro fator, divulgado nesta tarde (09/03), adicionou
2,14 pontos percentuais ao IPCA, devido à desvalorização do real frente ao
dólar e aos aumentos no valor da energia elétrica.
“O cálculo do governo mostra com clareza que até a
indústria farmacêutica, normalmente menos prejudicada por crises econômicas,
está sendo atingida pelo momento difícil que o Brasil enfrenta”, afirma Antônio Britto,
presidente-executivo da INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de
Pesquisa).
Sobre a Interfarma
A Interfarma possui 56 laboratórios associados, responsáveis
pela venda de 82% dos medicamentos de referência do mercado e por 33% dos
genéricos. As empresas associadas respondem por 43% da produção dos
medicamentos isentos de prescrição do mercado brasileiro e por 52% dos
medicamentos tarjados - 50% do total do mercado de varejo. As farmacêuticas
associadas à Interfarma investem por ano cerca de R$ 38 milhões para realizarem
2.200 ações de responsabilidade socioambiental. O relatório Responsabilidade
Social-2015 mostra também que 20% dos funcionários se dedicam a atividades
voluntárias, percentual acima da média nacional de 11%.
Fonte: INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
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